segunda-feira, 15 de setembro de 2014

XII





Vaginas em Flor 
e um Cu em Botão.

Assim nomeei a tela que pintei esta tarde
em homenagem a Vera,
meu caso fortuito,
eterno em sua passagem.

Gosto,
e ela gosta,
de abrir minha mão em uma palmatória segura nas ancas de seu rebolado.
É de homem que ela gosta…
Enrolo seu cabelo e puxo minha fêmea efêmera
mordendo seus lóbulos macios.
Acaricio minha barba espinhenta em sua nuca crua
e ela, liquefeita em espuma,
dissolve-se pelo meu corpo, embabada.

Somos carnívoros
e somos feitos de carne.



domingo, 7 de setembro de 2014



O MUNDO QUE ALGARAVIAS

A boca imensa de Waly Salomão
alarga o mundo,
engole a palavra mundo,
devora o existir do mundo,
morde os contornos do mundo.

Este redondo giratório na mesa do nada,
rebatendo-se de um lado para outro
em sinuca sem caçapa.
Ou melhor:
dentro de uma grande,
infinita caçapa sem fim.

Garotas jogam sinuca
em um bar na Rua Bambina.
Bambinas que jogam
e olham para mim.
Tocam.
Giram na mesa da eterna partida.

Na eterna chegada,
Waly Salomão é uma ilha na memória
com sua boca dentada de letras,
dotada de mundos.

Algaravias meu amor,
Algaravias...

As Bambinas olham,
dão risadas,
"plurificam" a “ferocidade da mente”
“sexualizando a fala”.
Jogada que mata a bola 8 do desejo,
a grande tacada.

Boca que desbocou a minha,
sou só a fome,
ajudai-me.

Quero morder
a carne viva do poema.