domingo, 16 de março de 2014

O POETA DA MANIFESTE O CÃO

                                                                                                   

 Basquiat





Quem será o Poeta
da Manifeste o Cão?

Um block? Um Black?
Um partido por suas ideias?
Um corrompido por suas telas?
Um explodido por sua ignorância?

De onde virá o Poeta
da Manifeste o Cão?

De Madureira ou do Leblon?
Dos colégios santos
ou dos santos de terreiro?
Da periferia da Zona Sul?

O que falará o Poeta
Da Manifeste o Cão?

Do preço abusivo de tudo,
nesta terra descoberta por estrangeiros?

Tocará Sininhos
falando sobre rolezinhos,
que prejudicam as compras dominicais?

Da vida dura
ou da paz mole
soprada nos coqueirais de Copa?

Da Copa
e sua tocha queimando o povo?

Falará do povo,
sem o povo e para o povo?
E sobre o povo
definirá a palavra povo? 
O que será?

Para quem falará o Poeta
da Manifeste o Cão?

Para todos.
Sempre para todos.

E sua morte será a praça
em silêncio.

Com isto,
seu corpo estará visível,
dependurado na rua esvaziada.  

sexta-feira, 14 de março de 2014

Poema de Carnaval Bobinho


Essam Marouf



Eras Colombina de outras eras
e eu Pirata desalmado.
Quando fui Nero incendiado
viestes de sereia com toda água do mar.
Caístes do Céu feito um Anjo
quando cheguei de Maria Madalena.
Rodopiavas de Cisne Negro
enquanto eu caçava na África.
Tu de Santa
eu, Padre Libertino.   
Pulei de Macaco
eras maldosa cientista.
Quando vim de Amarildo
tu, polícia armada.
Eu Black Bloc Terrorista Anonymo,
tu caminhavas de Gandhi Pacifista.
Eu vestido de Povo
eras a Taça da Copa.
Vim de Gari
 e tu sujavas tudo mascarada de Eduardo Paes.

Ah...
Chega.
Não quero mais.

A melhor fantasia
é sem roupa
que a gente faz.